Vaticano alerta sobre inteligência artificial: “Sombra do mal” e apela por supervisão rigorosa
O Vaticano emitiu, nesta semana, um alerta enfático sobre os riscos éticos da Inteligência Artificial (IA), destacando sua capacidade de causar danos se utilizada de maneira inadequada. Durante um evento em Roma, o arcebispo Vincenzo Paglia, presidente da Pontifícia Academia para a Vida, classificou a IA como um avanço notável, mas que traz consigo uma “sombra do mal”. Ele reforçou a necessidade de uma supervisão rigorosa para evitar abusos tecnológicos.
Paglia ressaltou que as ferramentas de IA, ao mesmo tempo em que oferecem soluções inovadoras para áreas como saúde, educação e meio ambiente, também podem ser manipuladas para fins prejudiciais, como vigilância excessiva, manipulação de informações e discriminação. “A inteligência artificial deve servir ao bem comum, não ao lucro ou ao poder”, destacou o arcebispo.
Chamado à regulamentação global
O Vaticano instou governos e empresas a desenvolverem regulamentações internacionais que protejam os direitos humanos, garantindo transparência, justiça e inclusão nos sistemas de IA. Paglia reforçou que o diálogo entre especialistas em tecnologia, ética e espiritualidade é essencial para equilibrar os benefícios com os riscos.
A Santa Sé já havia se manifestado anteriormente sobre a necessidade de abordar as questões éticas da tecnologia. Em 2020, o Vaticano apoiou o “Rome Call for AI Ethics”, uma iniciativa que busca promover princípios éticos no desenvolvimento de inteligência artificial.
Reflexão ética e moral
A mensagem do Vaticano reforça que, além de avanços tecnológicos, a humanidade deve priorizar a dignidade humana e a justiça social. A Igreja Católica acredita que a IA deve ser desenvolvida com base em valores que beneficiem a sociedade como um todo, evitando práticas que aprofundem desigualdades ou coloquem em risco a liberdade individual.
O apelo ocorre em um momento de crescente debate global sobre o impacto da inteligência artificial na vida cotidiana, em especial no que diz respeito à privacidade, desinformação e segurança digital.