
Trump amplia guerra comercial com tarifas de 30% sobre produtos do México e da União Europeia
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ampliou a tensão no comércio internacional ao anunciar a imposição de uma tarifa de 30% sobre todos os produtos importados do México e da União Europeia (UE). A medida, que deve entrar em vigor no dia 1º de agosto, foi divulgada nesta quarta-feira (9) e já provoca forte repercussão nos mercados e entre líderes internacionais.
Segundo Trump, a decisão é uma resposta a “práticas comerciais desleais” e à suposta falta de alinhamento político dos países afetados com os interesses norte-americanos. Em carta oficial publicada em sua rede Truth Social, o republicano também acusou o México de não agir com rigor no combate ao tráfico de fentanil e a União Europeia de favorecer medidas antiamericanas no cenário geopolítico.
A nova rodada de tarifas se soma a outras decisões recentes do governo Trump, como a taxação de 50% sobre produtos brasileiros, o que já causou impacto direto na cotação do real e em mercados de commodities como o café e a soja.
Reações imediatas
A União Europeia reagiu com firmeza, anunciando que pretende tomar contramedidas e denunciando a medida à Organização Mundial do Comércio (OMC). “Essa decisão afeta diretamente princípios básicos do comércio internacional e fere os acordos vigentes”, afirmou um porta-voz da Comissão Europeia.
O México, principal parceiro comercial dos EUA na América Latina, também criticou a decisão e pediu a reabertura de negociações bilaterais para evitar prejuízos econômicos, especialmente em setores como o automobilístico, de alimentos e farmacêutico.
Impactos econômicos
A notícia já provocou instabilidade nos mercados financeiros. O índice MSCI que acompanha ações de países emergentes caiu mais de 2% no pós-mercado, e o dólar voltou a se valorizar frente a moedas como o real, o peso mexicano e o euro. Especialistas alertam para um possível efeito cascata, com aumento nos preços de insumos e bens de consumo, além de incertezas sobre acordos comerciais multilaterais.
Analistas políticos também veem nas tarifas uma tentativa de Trump de mobilizar sua base eleitoral, reforçando uma postura nacionalista e de proteção à indústria local — tema que marcou sua campanha presidencial em 2016 e que volta com força no atual cenário eleitoral.
Riscos para o Brasil
O Brasil, que também foi alvo das tarifas na semana passada, acompanha com atenção os desdobramentos. O governo brasileiro já anunciou que poderá adotar medidas de retaliação com base na nova legislação aprovada no Congresso. “O Brasil não aceitará ser penalizado por motivações políticas travestidas de medidas comerciais”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em declaração recente.
Com os Estados Unidos ampliando sua guerra tarifária, cresce a tensão no comércio internacional e aumenta a pressão sobre economias emergentes. Especialistas defendem articulação urgente entre países afetados para frear o avanço de medidas consideradas unilaterais e desequilibradas.