O aumento de tarifas imposto pelo governo de Donald Trump aos produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos deve afetar diretamente a economia de 22 estados, onde pelo menos metade das vendas ao mercado norte-americano será atingida. O levantamento é do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

A medida estabelece sobretaxa de 50% para diversos itens, com maior impacto sobre produtos de menor valor agregado e setores de uso intensivo de mão de obra, como madeira, móveis, calçados e têxteis. Os estados mais prejudicados estão no Norte e no Nordeste — Ceará, Tocantins, Alagoas, Acre, Amapá, Paraíba e Rondônia, além do Paraná — onde entre 95% e 100% das exportações aos EUA serão tarifadas.

No Sudeste, São Paulo lidera o valor exportado ao país, com US$ 13 bilhões em 2024, e terá 56% desse montante atingido, o equivalente a US$ 7,5 bilhões. Minas Gerais também será fortemente afetado, com 63% de suas exportações, principalmente de café, submetidas ao tarifaço.

O governo brasileiro tenta negociar exceções para produtos estratégicos, como aeronaves, petróleo e suco de laranja, mas especialistas alertam que o impacto pode comprometer cadeias produtivas e empregos em regiões mais dependentes do mercado norte-americano.