Quase 20% das crianças brasileiras de até 3 anos estão fora da creche; Goiânia tem taxa de atendimento inferior à média nacional

Um estudo divulgado nesta segunda-feira (11) pela fundação Todos Pela Educação apontou que, em 2024, cerca de 2,3 milhões de crianças brasileiras de 0 a 3 anos não frequentavam creches — o equivalente a 19,7% dessa faixa etária. Goiânia apresentou índice de atendimento de apenas 29,6%, abaixo da média nacional de 41,2%.

A análise foi feita com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C) do IBGE, que comparou os dados com a meta do Plano Nacional de Educação (PNE), fixada em 50% de atendimento.

Desigualdade econômica
Na capital goiana, 26,9% das crianças têm dificuldade de acesso por barreiras econômicas, percentual maior que o registrado no estado (23,5%). O problema é mais crítico em famílias de baixa renda que dependem de Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) e enfrentam filas de espera. Entre os mais ricos, a principal razão para não frequentar creches é a escolha dos responsáveis.

Em 2024, Goiânia registrou aumento de 17,8% nas matrículas, superando 23 mil registros. Ainda assim, a fila de espera chegou a mais de 10 mil famílias. Atualmente, cerca de 2 mil crianças aguardam vaga, mesmo após parcerias público-privadas para ampliar o atendimento.

No cenário nacional, a diferença de acesso entre os 20% mais pobres e os 20% mais ricos é de 29,4 pontos percentuais, índice superior ao registrado em 2016 (22 p.p.). O Amapá teve a menor taxa de atendimento, com 9,7%, enquanto São Paulo liderou com 56,8%.

Situação da pré-escola
O levantamento também mostra que, entre as crianças de 4 a 5 anos, a taxa de atendimento nacional é de 94,6%, mas 329 mil ainda estão fora da pré-escola. Em Goiás, o índice é de 92,7%, e em Goiânia, apenas 84,7%, o que coloca a capital na 22ª posição entre as capitais brasileiras.