A Meta Platforms surpreendeu o mercado nesta quarta-feira (31) ao divulgar uma receita recorde de US$ 47,52 bilhões no segundo trimestre, acima da expectativa de US$ 44,80 bilhões, segundo dados da LSEG. O lucro por ação atingiu US$ 7,14, também superando a projeção média de US$ 5,92. Impulsionadas pelos resultados positivos, as ações da empresa subiram 10% no pregão estendido.

A big tech também apresentou uma projeção otimista para o terceiro trimestre: espera uma receita entre US$ 47,5 bilhões e US$ 50,5 bilhões, superando as previsões de Wall Street. O avanço é atribuído, principalmente, ao impacto da inteligência artificial na área de publicidade digital, setor que continua sendo o principal motor financeiro da empresa.

Aposta bilionária em IA

A Meta tem intensificado investimentos em inteligência artificial, incluindo data centers de última geração e aquisição de talentos estratégicos no setor. Em julho, a empresa desembolsou US$ 14,3 bilhões para adquirir uma participação na startup Scale AI, liderada pelo jovem bilionário Alexandr Wang, e ofereceu pacotes de remuneração superiores a US$ 100 milhões para atrair pesquisadores de empresas rivais.

Apesar dos gastos agressivos, a empresa acredita que a IA representa a próxima grande transformação em sua operação. “Os investimentos em IA continuam a reforçar nosso negócio principal de anúncios e melhoram o engajamento nas plataformas”, afirmou a empresa em comunicado.

Despesas em alta e cautela com 2026

A Meta aumentou a faixa inferior de sua previsão de despesas de capital anual para até US$ 72 bilhões, refletindo principalmente o crescimento de custos com infraestrutura e contratação de pessoal especializado em IA. A empresa alertou que o ritmo de crescimento das despesas em 2026 será superior ao de 2025, o que pode acender um alerta para investidores mais cautelosos.

Mesmo com os gastos elevados, analistas como Minda Smiley, do eMarketer, avaliam que o retorno gerado pelos anúncios com IA compensa parte da preocupação: “A IA está impulsionando a receita, mas o mercado continua de olho na escalada dos custos”.

Instagram lidera receita com publicidade

O Instagram continua sendo o carro-chefe da Meta na captação de receita publicitária. A plataforma, que compete com TikTok e YouTube Shorts com o formato Reels, deverá representar mais da metade da receita de anúncios da Meta nos EUA em 2025, segundo o eMarketer.

A empresa também avança na monetização do WhatsApp e da nova rede social Threads, que passou a ter liderança própria com a nomeação de Connor Hayes como chefe da plataforma, indicando uma tentativa de distanciamento da dependência do Instagram.

Investigação antitruste e riscos regulatórios

Apesar do bom desempenho financeiro, a Meta segue sob pressão regulatória. O governo dos Estados Unidos move um processo antitruste que pode obrigar a empresa a vender o Instagram e o WhatsApp. A audiência está prevista para setembro, com decisão esperada até o fim do ano.

Ainda assim, o CEO Mark Zuckerberg mantém o foco na expansão: “Estamos construindo a infraestrutura para uma década de liderança em IA. Esse é o futuro da Meta”, declarou.