Kowalsky Ribeiro é reconduzido como procurador-geral da Câmara de Goiânia em meio a denúncias

Nomeação, publicada em edição extra do Diário Oficial, ocorre cerca de 40 dias após polêmica envolvendo porte de arma; denúncia do MP segue em tramitação

O advogado Kowalsky Ribeiro foi reconduzido ao cargo de procurador-geral da Câmara Municipal de Goiânia, conforme portaria publicada em edição extra do Diário Oficial do Município (DOM) em 23 de junho. A nomeação foi assinada pelo presidente da Casa, vereador Romário Policarpo (PRD), acompanhado dos primeiros-secretários da Câmara.

A recondução ocorre pouco mais de 40 dias após o episódio que resultou na exoneração de Kowalsky e do então chefe de gabinete do vereador Sargento Novandir (MDB), Sérgio Dornelles. No dia 5 de maio, imagens das câmeras de segurança mostraram Kowalsky sacando uma arma durante uma discussão no estacionamento da Câmara, gerando profundo impacto político e institucional.

Apesar da controvérsia, a sindicância interna foi arquivada por perda de objeto, segundo a própria Câmara, e foi instaurado um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) que ainda não teve conclusão formal.

Denúncia do Ministério Público

Na mesma data em que se definiu sua recondução, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) ofereceu denúncia criminal contra Kowalsky por crime de ameaça. Segundo a peça assinada pelo promotor José Antônio Correa Trevisan, ele teria apontado uma arma para o peito de Dornelles, atitude considerada intimidatória e incompatível com o ambiente institucional.

A denúncia já foi protocolada no Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) e segue em tramitação, enquanto Kowalsky reassume oficialmente suas funções.

Reação e repercussões

A recondução surpreendeu boa parte dos vereadores e servidores da Câmara, que, nos bastidores, consideraram a decisão precoce e inadequada, especialmente por ter sido feita antes da conclusão do PAD.

Com o retorno de Kowalsky, Herbet de Vasconcelos Barros, que ocupava a subprocuradoria interinamente, retorna à posição original, e Carla Bueno Barbosa assume nova função administrativa, conforme portaria conjunta publicada no DOM.

O episódio também reacendeu discussões sobre segurança no ambiente legislativo: o vereador Novandir esteve em sessão usando colete à prova de balas e chegou a sugerir a adoção de detectores de metais nas entradas da Câmara.