Estudo revela que sociedade neolítica era mais igualitária do que se pensava

Uma pesquisa genética abrangente revelou que as sociedades neolíticas da Europa Central, datadas de aproximadamente 5.500 a.C., eram mais igualitárias do que se supunha anteriormente. O estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade de Harvard e da Universidade de Viena, analisou restos mortais de mais de 250 indivíduos em mais de 30 sítios arqueológicos, utilizando técnicas como análise óssea, datação por radiocarbono e avaliação de contextos funerários.

Os resultados indicam que não havia estratificação social discernível baseada em família ou sexo biológico. Tanto homens quanto mulheres tinham acesso igualitário aos recursos, consumiam dietas semelhantes e eram enterrados com igual reverência. Além disso, as mulheres desempenhavam um papel ativo na agricultura e apresentavam maior mobilidade geográfica do que os homens, o que pode ter facilitado a disseminação de conhecimentos agrícolas e artesanais.

No entanto, o período neolítico também apresenta evidências de desigualdades emergentes. Estudos na Península Ibérica sugerem que, embora a desigualdade de gênero não estivesse amplamente consolidada, começaram a surgir situações indicando a dominância masculina.

Essas descobertas desafiam a visão tradicional de que as sociedades neolíticas eram intrinsecamente hierárquicas e patriarcais, sugerindo que práticas igualitárias podem ter sido mais comuns do que se acreditava. Contudo, a transição para sociedades agrícolas e sedentárias pode ter contribuído para o desenvolvimento de normas patriarcais e desigualdades de gênero observadas em períodos subsequentes.

Essas pesquisas oferecem uma compreensão mais complexa das dinâmicas sociais neolíticas, destacando a importância de reavaliar pressupostos sobre as origens das desigualdades de gênero nas sociedades humanas.

Fontes
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Voluntários escavam um sítio na Inglaterra que data de 3.000 a.C., na época da construção de Stonehenge, que é dois mil anos mais jovem que a Cultura Linear da Cerâmica.

Voluntários escavam um sítio na Inglaterra que data de 3.000 a.C., na época da construção de Stonehenge, que é 2.000 anos mais jovem que a Cultura Linear da Cerâmica.                                                                                                                                                                           Paisagem Nacional da Cornualha / SWNS

Arqueólogos e estudantes de arqueologia escavam no meio de um milharal no local de um assentamento de 7.500 anos na Saxônia-Anhalt, Alemanha.

Arqueólogos e estudantes de arqueologia escavam no meio de um milharal no local de um assentamento de 7.500 anos na Saxônia-Anhalt, Alemanha.                                                                                                                                                                                            ZUMAPRESS.com