A OpenAI lançou nesta terça-feira (29) uma nova funcionalidade para o ChatGPT voltada ao ambiente educacional. Batizada de “Study Mode” (modo de estudo), a ferramenta foi criada para estimular o uso ético da inteligência artificial por estudantes universitários e auxiliar no aprendizado guiado, em meio a crescentes preocupações com plágio e fraudes acadêmicas.

Segundo reportagem do The Guardian, o novo recurso permite que o estudante informe seu nível de conhecimento e objetivos de aprendizado antes de receber orientações. Ao invés de respostas prontas, o ChatGPT passa a sugerir etapas, questionar o raciocínio do aluno e propor explicações adaptadas, incentivando a construção do conhecimento.

A iniciativa surge como resposta a um cenário preocupante: só no Reino Unido, o uso irregular de IA em avaliações gerou quase 7 mil casos de má conduta acadêmica no último ano letivo, um aumento significativo em relação ao ano anterior. Nos Estados Unidos, estima-se que mais de um terço dos universitários já utiliza ferramentas como o ChatGPT em suas rotinas de estudo.

Jayna Devani, líder da área de educação na OpenAI, afirmou que o “Study Mode” é uma tentativa de “empoderar os estudantes a aprender de verdade”. Ela destaca, porém, que o uso da ferramenta depende da consciência do usuário, já que o modo padrão do ChatGPT permanece disponível.

Pesquisadores apontam que o novo recurso pode ajudar a equilibrar os benefícios da IA com a preservação da integridade acadêmica. No entanto, reforçam que o sucesso da iniciativa dependerá da adesão de instituições de ensino, da formação de professores para lidar com a tecnologia e da criação de políticas claras sobre o uso da inteligência artificial na educação.

O lançamento também reaquece o debate sobre o papel das universidades na era da IA generativa. Enquanto algumas instituições já incorporam o uso dessas ferramentas em suas disciplinas, outras seguem em busca de estratégias para conter abusos e redefinir critérios de avaliação.

Para a OpenAI, o “Study Mode” representa um passo importante para o uso responsável da IA em sala de aula. Para o meio acadêmico, é mais um sinal de que o futuro da educação passará, inevitavelmente, pelo convívio com algoritmos — e pelos desafios que eles trazem.