
PL expulsa deputado que criticou Trump e defendeu Alexandre de Moraes
O Partido Liberal (PL) decidiu nesta quinta-feira (1º) expulsar de forma sumária o deputado federal Marcelo Paiva (PL-SP) após declarações consideradas “incompatíveis com a linha ideológica do partido”. Em entrevista recente, Paiva criticou a postura do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação ao Brasil e saiu em defesa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A decisão foi anunciada pela Executiva Nacional do PL após reunião convocada de forma emergencial. Em nota oficial, a legenda afirmou que o parlamentar violou o estatuto partidário ao “proferir falas públicas que contrariam a orientação política e institucional do partido, sobretudo no que se refere à relação com aliados históricos e autoridades que vêm sendo alvo de críticas do eleitorado conservador”.
Durante participação em um podcast, Marcelo Paiva afirmou que Trump “tem tomado decisões que prejudicam diretamente o Brasil” e acusou o ex-presidente norte-americano de estar “desinformado” ao vincular o país a questões internas relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Paiva também elogiou o trabalho de Alexandre de Moraes no combate à desinformação e ao extremismo político.
A reação foi imediata nas redes sociais e entre colegas de bancada. Lideranças bolsonaristas pressionaram a direção nacional do PL, alegando que a permanência do deputado na legenda representaria um “desrespeito à base eleitoral do partido”. O presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, acatou a recomendação do conselho de ética e autorizou a expulsão.
Marcelo Paiva ainda não se manifestou oficialmente sobre a decisão, mas aliados indicam que ele deve recorrer à Justiça Eleitoral para tentar manter o mandato. Nos bastidores, interlocutores próximos afirmam que o deputado já conversa com partidos do centro democrático para uma eventual filiação.
A crise expõe as tensões internas do PL em meio ao atual cenário geopolítico, com o agravamento da relação entre Brasil e Estados Unidos após a imposição de tarifas por parte do governo Trump. O caso também reacende o debate sobre fidelidade partidária e liberdade de expressão entre parlamentares.