Filhos são presos acusados de planejar assassinato de fazendeiro em Goiás
A Polícia Civil de Goiás prendeu seis pessoas suspeitas de envolvimento na morte do fazendeiro bilionário Jefferson Cury, de 83 anos, assassinado em novembro de 2023, em Quirinópolis, no sudoeste goiano. De acordo com as investigações, o crime foi planejado pelos próprios filhos da vítima, com o apoio de funcionários da fazenda e de um corretor de imóveis, motivados por disputa de herança.
A operação, batizada de “Testamento”, foi coordenada pelo Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) de Rio Verde. Foram cumpridos seis mandados de prisão — três em cidades de Goiás e três em municípios de São Paulo. Outros 14 mandados de busca e apreensão também foram executados. Durante as ações, os policiais apreenderam cinco armas de fogo, quatro delas compatíveis com o calibre usado no crime.
Segundo o delegado Adelson Candeo, responsável pela investigação, os filhos Fernando Alves Cury e Eduardo Alves Cury arquitetaram o assassinato para evitar que o pai transferisse os bens da família para uma holding, o que os deixaria fora da linha direta de herdeiros. “Estamos diante de um crime de grande complexidade, motivado por ganância e disputas patrimoniais”, afirmou o delegado.
O fazendeiro foi morto dentro de sua propriedade rural às margens da GO-206. Ele estava acompanhado do advogado Leonardo Ribeiro Nalesso, que também foi alvejado e ficou gravemente ferido, mas sobreviveu. Testemunhas reconheceram um dos filhos de Jefferson Cury entre os autores do atentado. O afilhado da vítima e os pais dele, funcionários da fazenda, também teriam participado da execução.
Durante a operação, Fernando foi preso em Barretos (SP) com três armas de fogo ilegais, enquanto Eduardo foi detido em Coxim (MS), onde estava pescando. O delegado destacou que ambos já haviam demonstrado hostilidade contra o pai. “Eles tratavam o pai com ódio, faziam ameaças e exigiam dinheiro, mesmo após receberem parte da herança da mãe, avaliada em cerca de R$ 169 milhões cada”, revelou Candeo.
A polícia ainda procura um sétimo envolvido, apontado como o autor dos disparos que mataram Jefferson Cury e feriram o advogado. As investigações continuam para identificar outros possíveis cúmplices e confirmar qual das armas apreendidas foi usada no crime.
Os nomes dos demais suspeitos seguem sob sigilo, e as defesas dos irmãos ainda não se manifestaram.