
Trump endurece política comercial e ameaça impor tarifas de até 50% a países sem acordo com os EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que seu governo começará a impor novas tarifas de importação que podem variar entre 15% e 50% a partir de 1º de agosto. A medida visa pressionar países que ainda não firmaram acordos comerciais bilaterais com Washington.
A declaração foi feita durante um evento sobre inteligência artificial realizado em Washington, onde Trump afirmou que será “impraticável negociar individualmente com mais de 150 nações” e que, por isso, a alternativa será a aplicação de uma tarifa “simples e direta”.
Segundo Trump, os países que firmarem acordos com os EUA poderão se beneficiar de alíquotas menores, enquanto aqueles que resistirem enfrentarão os percentuais mais elevados. “Se aceitarem abrir seus mercados para negócios americanos, terão tarifas reduzidas”, declarou o presidente.
O anúncio representa uma mudança em relação à proposta anterior do próprio governo, que previa uma tarifa universal de 10%. Agora, o piso foi elevado para 15%, com possibilidade de chegar a 50% para países que, segundo o governo, não cooperam com os interesses comerciais dos EUA.
Nações como Japão, Coreia do Sul, Índia, Vietnã e membros da União Europeia já iniciaram negociações com o objetivo de evitar os impactos das novas tarifas. O Japão, por exemplo, conseguiu reduzir a tarifa planejada de 25% para 15%, em troca de investimentos no mercado norte-americano e flexibilização em restrições a produtos dos EUA.
Países da América Latina, Caribe e África também poderão ser afetados. O Vietnã calcula que suas exportações para os Estados Unidos podem cair até um terço se não conseguir um acordo a tempo. Já o embaixador das Filipinas afirmou que busca reduzir sua tarifa dos atuais 19% para 15%.
A iniciativa faz parte de uma estratégia mais ampla da Casa Branca para usar tarifas como instrumento de pressão diplomática e incentivo à reindustrialização dos Estados Unidos. O governo já sinalizou que não recuará do plano, e que os países terão que aceitar os novos termos ou negociar rapidamente para evitar prejuízos econômicos.
O mercado financeiro reagiu de forma mista às declarações de Trump. Enquanto o S&P 500 e o Nasdaq subiram discretamente, o índice Dow Jones recuou 164 pontos ao meio-dia de quinta-feira (25), refletindo a apreensão dos investidores diante da possível escalada nas tensões comerciais globais.