Trump e Lisa Cook: crise no Federal Reserve ganha novo capítulo

A disputa entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a governadora do Federal Reserve (Fed), Lisa Cook, segue se intensificando. Um dia após Trump anunciar sua exoneração, a diretora confirmou que vai recorrer à Justiça para tentar permanecer no cargo.

Ação judicial

Segundo comunicado oficial do Fed, Cook já acionou seu advogado, Abbe Lowell, para ingressar com um processo que garanta judicialmente sua permanência como integrante do conselho da instituição. A nota reforça que o banco central seguirá qualquer decisão da Justiça. Até lá, Cook permanece em suas funções, incluindo a participação na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), marcada para os dias 16 e 17 de setembro.

Acusações de Trump

Trump justificou a demissão afirmando que Lisa Cook teria feito declarações falsas em contratos de hipoteca em dois estados diferentes, Michigan e Geórgia, no mesmo período. O republicano alegou não confiar mais na integridade da diretora e disse ter se baseado no Ato do Federal Reserve de 1913, que permite a demissão de dirigentes apenas por “justa causa”.

Impacto e repercussão

O caso gerou forte repercussão nos EUA e no mercado financeiro, já que Lisa Cook é a primeira mulher negra a ocupar um assento no conselho do Fed e sua saída abriria espaço para que Trump indique um nome mais alinhado à sua pressão por cortes agressivos nos juros.

Até agora, Cook votou em linha com o presidente do Fed, Jerome Powell, em todas as decisões recentes sobre juros. Sua permanência ou não poderá influenciar diretamente o rumo da política monetária americana em um momento de forte pressão presidencial.

Contexto político

A ofensiva contra Cook ocorre em paralelo à pressão de Trump sobre Powell. Apesar de críticas duras, o presidente americano sinalizou que permitirá que o atual chefe do Fed conclua seu mandato, em maio de 2026. No entanto, o movimento contra Lisa Cook é visto como um passo para remodelar a composição do conselho, enfraquecendo a independência histórica do banco central.