Um terremoto de magnitude 7,7 atingiu o sudeste asiático nesta sexta-feira (28), deixando um saldo inicial de seis mortos e dezenas de feridos. O epicentro foi registrado no noroeste de Mianmar, a uma profundidade de apenas 10 quilômetros, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). O tremor foi sentido em várias cidades de Mianmar, Tailândia e sul da China.

A violência do abalo sísmico gerou cenas de pânico em Yangón, a maior cidade de Mianmar, e em Bangkok, capital tailandesa, localizada a cerca de 1.000 km do epicentro. Nas duas cidades, moradores e turistas correram para as ruas em meio a gritos e prédios balançando intensamente.

Estado de emergência e colapsos

Em Mianmar, a junta militar decretou estado de emergência em várias regiões, incluindo Mandalay e a capital administrativa Naipyidó. O colapso de uma mesquita em Taungnoo deixou três pessoas mortas. Em Aungban, o desabamento de um hotel resultou em outras duas mortes e pelo menos 20 feridos, de acordo com fontes locais.

Na Tailândia, um trabalhador morreu após o desabamento parcial de um arranha-céu em construção em Bangkok, onde 43 pessoas ficaram presas nos escombros. Autoridades locais informaram que as operações de resgate continuam e que diversos prédios altos sofreram danos estruturais.

Estragos também na China

O tremor foi sentido até na província chinesa de Yunnan, no sudoeste do país, onde moradores abandonaram residências e prédios comerciais. Testemunhas relataram que o abalo durou cerca de um minuto em cidades como Kunming e Xishuangbanna.

Histórico de terremotos na região

Mianmar está situada sobre a falha de Sagaing, uma das mais ativas da Ásia, que historicamente já provocou terremotos de grande magnitude. Segundo o geofísico William Yeck, do Centro Nacional de Informação sobre Terremotos dos EUA, o evento é comparável ao devastador terremoto que atingiu a Turquia e a Síria em 2023. “É um terremoto grande e raso, o que aumenta seu potencial destrutivo em áreas densamente povoadas”, explicou.

As autoridades seguem mobilizadas e alertam para o risco de novas réplicas nos próximos dias.