Investigado por fraude e ocultação de cadáver, homem de 56 anos chegou a renovar documento da mãe já falecida; caso foi apelidado de “escândalo Mrs. Doubtfire”

Um homem de 56 anos está no centro de uma investigação policial na Itália após ter passado três anos vivendo com o corpo mumificado da própria mãe para continuar recebendo a pensão dela. O caso bizarro, revelado pelo jornal Corriere della Sera, ganhou o apelido de “Escândalo Mrs. Doubtfire”, em referência ao filme em que Robin Williams se disfarça de mulher.

A mãe do suspeito, Graziella Dall’Oglio, morreu aos 82 anos. Porém, seu filho jamais comunicou o óbito às autoridades. Em vez disso, teria colocado o corpo em um saco de dormir e escondido na lavanderia da residência da família, localizada na região de Borgo Virgilio, na província de Mantova.

Esquema rendeu cerca de US$ 61 mil por ano ao golpista

Durante todo esse período, o homem supostamente se transformava na própria mãe para enganar o sistema previdenciário italiano. De acordo com as investigações, ele utilizava maquiagem, peruca e roupas femininas para imitar a idosa e continuar retirando a pensão destinada a ela.

O suspeito também tinha acesso a um patrimônio familiar com três casas e, somando a renda da pensão com os imóveis, teria obtido cerca de US$ 61 mil anuais com o esquema.

A audácia foi tão grande que o homem conseguiu inclusive renovar o documento de identidade de Dall’Oglio, mesmo após sua morte.

Funcionário desconfiou da voz e do comportamento

A farsa começou a ruir depois que um funcionário público desconfiou do comportamento “peculiar” da suposta beneficiária. Ele notou que a pessoa que se apresentava como Graziella tinha traços marcadamente masculinos, entre eles voz grave e pescoço largo, segundo a imprensa local.

As autoridades foram acionadas e compararam fotos do filho com registros antigos da mãe. As semelhanças chamaram atenção e motivaram a investigação.

Quando os agentes foram até a casa da família, o filho autorizou a entrada e o corpo mumificado de Dall’Oglio foi encontrado.

Polícia descarta crime na morte, mas apura ocultação e fraude

Segundo o prefeito de Borgo Virgilio, Francesco Aporti, não há indícios de que a idosa tenha sido vítima de violência. A suspeita inicial é de morte natural, mas a causa ainda será confirmada por autópsia.

O homem está sendo investigado por:

• Ocultação de cadáver

• Fraude contra o Estado

• Recebimento indevido de benefícios

Ainda não há confirmação se ele foi preso.

A história, considerada pela imprensa italiana como uma das mais chocantes dos últimos anos, tem comovido e surpreendido o país pela mistura de tragédia familiar e fraude de grande escala.