Vídeo gravado pelo drone MQ-9 Reaper dos EUA mostrando uma das várias manobras feitas pelos caças russos que levaram à queda da aeronave norte-americana no Mar Negro. Desenrola-se neste momento uma corrida contra o tempo, c/os EUA e a Rússia procurando recuperar os destroços. pic.twitter.com/KUYps8bOgT

— Hoje no Mundo Militar (@hoje_no) March 16, 2023

Oficiais militares dos EUA divulgaram um vídeo dramático do momento em que um caça russo colidiu com um drone americano sobre o Mar Negro no início desta semana.

A filmagem compartilhada na manhã de quinta-feira pelo Comando Europeu dos EUA (EUCOM) foi capturada pela câmera inferior do drone MQ-9 Reaper enquanto um dos dois caças Su-27 tentava borrifá-lo com combustível de aviação. 

Na segunda tentativa, o jato colide com a hélice traseira do drone e a tela se torna pixelada conforme a comunicação cai.

Um clipe de áudio também pretendia capturar uma equipe de salvamento russa recuperando a carcaça do motor da aeronave.

“Levantamos parte do objeto”, diz uma voz na gravação obtida pela East to West.

“É a carcaça de um motor”, responde outro. 

O vídeo do incidente de terça-feira foi divulgado menos de um dia depois que o general Mark Miley disse que “resta saber” se a derrubada foi intencional.

“Sabemos que a interceptação foi intencional. Sabemos que o comportamento agressivo foi intencional – também sabemos que foi muito pouco profissional e muito inseguro”, disse ele.

Em uma postagem no Telegram na noite de terça-feira passada, o embaixador russo nos EUA, Anatoly Antonov, afirmou que o par de Su-27 “não entrou em contato com” o drone.

Mais tarde, ele descreveu a colisão como uma resposta à invasão “deliberada e provocativa” dos EUA no espaço aéreo de Moscou.

“A atividade inaceitável dos militares dos EUA nas proximidades de nossas fronteiras é motivo de preocupação”, disse Antonov. 

“Eles coletam inteligência, que é posteriormente usada pelo regime de Kiev [Ucrânia] para atacar nossas forças armadas e território.”

Um grande ponto de discórdia é que os EUA ainda reconhecem a Crimeia, que a Rússia anexou ilegalmente em 2014, como território ucraniano. 

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, reagiu aos comentários de Antonov, dizendo à CNN que “o Mar Negro não pertence à Rússia”.

“Vamos continuar a operar, novamente, em total conformidade com o direito internacional”, insistiu.

O secretário de Defesa, Lloyd Austin, também discutiu o incidente com o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, na quarta-feira, em sua primeira conferência telefônica desde o outono passado .

“Sergei Shoigu apontou que o incidente foi causado pelas ações dos EUA de não conformidade com a zona de restrição de voo declarada pela Federação Russa estabelecida em conexão com a [guerra], bem como pelo aumento das atividades de reconhecimento contra os interesses da Federação Russa ”, disse o ministério em comunicado após a conversa.

A presença de drones americanos perto da área, alertou o ministério, “cria pré-condições para a escalada da situação na área do Mar Negro”.

Não está claro se as operações de inteligência do drone estavam relacionadas à guerra em andamento na Ucrânia.

Acredita-se que o incidente seja a primeira vez desde a era da Guerra Fria que uma aeronave americana foi abatida após um encontro com as forças russas. (Fonte: Ny Post)