
Estados Unidos iniciam investigação contra o Brasil por práticas comerciais desleais
Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (15) a abertura de uma investigação formal contra o Brasil por supostas práticas comerciais desleais. A decisão foi tomada pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) com base na Seção 301 da Lei de Comércio norte-americana, que permite sanções a países que adotem políticas prejudiciais a empresas americanas.
A medida acirra ainda mais a tensão entre os dois países, especialmente após o recente anúncio do presidente Donald Trump de impor uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros a partir de agosto. Agora, o foco está em políticas brasileiras que, segundo Washington, dificultariam o acesso de empresas dos EUA ao mercado nacional.
A investigação busca apurar subsídios, barreiras regulatórias e preferências industriais que, segundo os norte-americanos, desrespeitam os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC). Caso as alegações sejam confirmadas, novas tarifas poderão ser implementadas.
O governo brasileiro reagiu com preocupação e classificou a medida como “injusta e unilateral”. Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que o Brasil respeita as normas internacionais e se reserva o direito de tomar providências diplomáticas e comerciais para defender seus interesses.
Especialistas alertam que os impactos podem ser profundos, atingindo principalmente setores estratégicos da economia brasileira como agronegócio, mineração, energia e indústria de transformação. Os Estados Unidos são o segundo principal parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China.
A investigação, que deve durar alguns meses, ocorre em meio a uma escalada de retaliações comerciais promovidas pelo atual governo americano contra países que considera alinhados com rivais geopolíticos, como China e Rússia. Recentemente, Trump também ameaçou impor tarifas ao México e à União Europeia.
Enquanto isso, o Brasil busca intensificar relações com outras economias e reforçar sua posição no Brics, bloco que inclui Rússia, Índia, China e África do Sul. A postura mais assertiva dos EUA, porém, é vista como um sinal de que a nova guerra comercial está apenas começando.