
Justiça determina que Amazon suspenda anúncios para antigos assinantes do Prime Video em todo o Brasil
A Justiça de Goiás determinou que a Amazon suspenda, em até 30 dias, os anúncios publicitários exibidos durante filmes e séries para todos os consumidores que assinaram o Prime Video antes da implementação da nova política. A decisão tem abrangência nacional e foi proferida pelo juiz Marcelo Pereira de Amorim, da 21ª Vara Cível de Goiânia, em ação movida pelo Ministério Público de Goiás (MPGO).
A sentença considera abusiva a cobrança de R$ 10 a mais para remoção dos anúncios, prática adotada pela Amazon sem o consentimento dos clientes antigos. Segundo o juiz, houve violação da confiança legítima dos consumidores e prática de venda casada indireta, ao degradar artificialmente o serviço contratado para depois cobrar mais por uma experiência sem interrupções.
A decisão impõe à Amazon:
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Suspender os anúncios para assinantes antigos;
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Manter o valor e a qualidade do plano originalmente contratado;
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Reembolsar os valores pagos pela opção sem anúncios, corrigidos monetariamente;
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Informar individualmente os usuários sobre seus direitos;
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Criar canal exclusivo de atendimento para reclamações;
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Apresentar relatório detalhado de cumprimento ao MPGO e ao Procon-GO em até 60 dias.
A multa por descumprimento é de R$ 50 mil por dia, limitada a R$ 3 milhões.
A Amazon alegou que a prática está prevista nos Termos de Uso e que os consumidores foram previamente avisados. Contudo, o juiz entendeu que a simples continuidade do uso do serviço não implica aceitação automática de mudanças contratuais unilaterais, ainda mais em contextos de assimetria entre empresa e cliente.
A sentença ainda cabe recurso, mas pode abrir precedente para ações semelhantes em outros serviços de streaming.