Semad aponta ETE como origem de espuma no Rio Meia Ponte

A Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad) identificou que a espuma visível no Rio Meia Ponte, registrada em trechos próximos ao Goiânia 2 e ao Setor Jaó, tem origem na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Hélio Seixo de Brito, operada pela Saneago. A constatação foi feita em vistoria realizada em 26 de agosto, após denúncias de moradores e reportagens locais.

📍 O que mostrou a vistoria

Durante a fiscalização, técnicos percorreram quatro pontos do rio, coletaram amostras e mediram parâmetros de qualidade da água. Nos locais a jusante da ETE, onde a espuma era mais intensa, os níveis de oxigênio dissolvido ficaram abaixo do mínimo exigido pela Resolução nº 357/2005 do Conama: 3,9 mg/L e 3,6 mg/L (o mínimo é 4 mg/L). Nos outros pontos, foram registrados 7,7 mg/L e 5,1 mg/L.

Além disso, fotografias comprovaram a formação de espuma dentro da própria estação, reforçando a relação entre a operação da ETE e o fenômeno observado no rio.

🏭 Explicação da Saneago

Em reunião no dia seguinte, a Saneago reconheceu que a espuma vinha da unidade. Segundo a companhia, o problema está ligado ao início de operação do novo sistema secundário de tratamento com lodo ativado, implantado em julho. Esse processo eleva a eficiência de 50% para até 92%, mas no período inicial provoca a formação de espuma devido à ação de bactérias e à presença de surfactantes (substâncias de detergentes e produtos de limpeza).

A empresa frisou que não utiliza químicos adicionais além do oxigênio para ativar o lodo e que a tendência é de estabilização do sistema, com redução gradativa da espuma. O efeito também é intensificado pela baixa vazão típica da estiagem e pela movimentação da água no trecho urbano.

✅ Medidas determinadas pela Semad

Para garantir que o funcionamento da ETE atenda às normas ambientais, a Semad determinou:

  • estudos sobre a concentração de surfactantes lançados no rio;

  • análises laboratoriais adicionais das amostras coletadas;

  • novas vistorias no Meia Ponte nas próximas semanas.

Em nota, a secretaria reforçou que seguirá monitorando a situação “para assegurar a conformidade da operação com os padrões ambientais e proteger a qualidade da água do Rio Meia Ponte, essencial para a população goiana”.