Projeto financiado pelo Governo de Goiás busca soluções para despoluição de rios no Cerrado

Com investimento de R$ 3,7 milhões do Governo de Goiás, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a Rede de Pesquisa em Segurança Hídrica e Sociobiodiversidade para o Desenvolvimento Sustentável do Cerrado (Rede HidroCerrado) inicia um amplo projeto voltado à proteção das bacias hidrográficas do bioma.

A iniciativa une instituições de ensino e pesquisa do Centro-Oeste para desenvolver soluções baseadas na natureza, com foco na despoluição da água e no fortalecimento dos programas de pós-graduação.

Rede HidroCerrado

Coordenada pela professora Samantha Salomão Caramori, da Universidade Estadual de Goiás (UEG), a Rede HidroCerrado vai estruturar uma rede de pesquisa interdisciplinar entre programas de pós-graduação em Ciências Ambientais, Biodiversidade e Biotecnologia.

O projeto prevê ações de internacionalização, interiorização e integração científica, com estudos em áreas críticas como a Bacia do Rio Meia Ponte e a Bacia Araguaia-Tocantins.

Os pesquisadores monitorarão poluentes emergentes nos rios do Cerrado, avaliarão seus impactos ambientais e proporão estratégias de mitigação.

Essas estratégias incluem a bioprospecção de espécies nativas para criação de bioprodutos e o desenvolvimento de processos sustentáveis para a melhoria da qualidade da água. As ações contam com o apoio logístico de pesquisadores do projeto Araguaia Vivo 2030, também fomentado pela Fapeg.

Formação

A rede reúne cientistas de instituições como Universidade Evangélica de Goiás (UniEvangélica), Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Instituto Federal de Goiás (IFG), Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e Universidade de Brasília (UnB).

A proposta da Capes é promover a formação de recursos humanos qualificados por meio da concessão de bolsas e da promoção de parcerias estratégicas entre programas de pós-graduação da região Centro-Oeste.

Para a coordenadora do projeto, a articulação entre as instituições de pesquisa fortalece a produção científica e contribui diretamente para o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Ao compartilhar experiências, recursos e conhecimentos, as instituições conseguem enfrentar de forma mais eficaz os desafios locais, desenvolvendo soluções inovadoras e sustentáveis”, afirma Samantha Caramori.

Os estudos incluem análises ecotoxicológicas em organismos aquáticos e do solo, construção de modelos de dispersão de poluentes e testes com estratégias de despoluição aplicáveis a comunidades rurais. As soluções propostas serão testadas com vistas ao registro de patentes e à replicação em outras regiões do bioma Cerrado.

Ações

O projeto já iniciou a estruturação da rede, com a montagem da equipe gestora, canais de comunicação e o início de subprojetos em parceria entre instituições. Estão previstas ações como quatro seminários de acompanhamento, publicação de artigos e um livro, além de teses de doutorado em coorientação entre os pesquisadores da rede.

A Capes concedeu bolsas de doutorado, pós-doutorado e para professores visitantes no Brasil e no exterior, enquanto a Fapeg viabiliza bolsas para a coordenação, apoio técnico-científico, técnico-administrativo e de extensão tecnológica. O apoio da fundação goiana também garante os recursos de custeio essenciais para a execução das atividades.

“A Fapeg tem papel decisivo nesse projeto. Além de garantir recursos financeiros, promove a interiorização da ciência e incentiva a atuação em rede, conectando instituições de diferentes estados e fortalecendo o ecossistema de pesquisa em Goiás”, reforça Samantha.

O projeto segue até 2029 com foco na geração de tecnologias sustentáveis e ampliação da capacidade científica do Cerrado.