Marta está de volta à Seleção brasileira

Marta está de volta à Seleção brasileira depois de – praticamente – um ano de ausência. Seu último jogo pela equipe foi em 22 de fevereiro de 2022, no empate sem gols contra a Finlândia, pelo quadrangular da França.

No final de março, em jogo do seu clube, o Orlando Pride, pela liga norte-americana contra o North Carolina Courage, precisou ser substituída com pouco mais de meia hora de bola rolando. Exames indicaram uma lesão no ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho esquerdo.

Submetida à cirurgia em 14 de abril, a recuperação exigiu dela ainda mais disciplina. Ficou de fora dos amistosos de 2022 e da lista de Pia Sundhage (treinadora da Seleção brasileira feminina) para a Copa América em que a equipe conquistou o oitavo título regional, mais a vaga no torneio feminino Olímpico do futebol em Paris 2024.

Com cinco participações em Jogos e escolhida seis vezes como a melhor futebolista do mundo, Marta é uma das maiores de sempre na modalidade, detém recordes e tem um currículo repleto de conquistas. Em setembro, foi homenageada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) com uma estátua de cera no Museu Seleção Brasileira.

“(A recuperação) é complicada, mas com muita dedicação e força de vontade, o que só dependem de mim, poderei estar na Seleção com as meninas”, disse Marta para o site ‘Dibradoras’. Para a ‘Placar’, acrescentou: “Estou correndo e não sentindo dor. Mas sem colocar expectativas ou data pra voltar. O tempo dirá se realmente vai acontecer ou não.”

Aconteceu. Voltou aos treinos com bola pelo Orlando Pride em janeiro e, dias mais tarde, foi relacionada por Sundhage entre as convocadas do Brasil para a She Believes Cup de 2023.

Em ano de Copa do Mundo FIFA e a proximidade com Paris 2024, a presença do seu nome na lista é indicativo de que ela possa fazer ainda mais história.

Números incontestáveis pela Seleção brasileira

Marta faz parte do plantel principal do Brasil desde 2002. Foram 179 jogos e 119 gols pela Seleção, distribuídos em cinco edições de Mundiais FIFA e também de Jogos Olímpicos, onde balançou as redes em 13 ocasiões. Em Copas, marcou 17 vezes (o maior número entre mulheres e homens) nos torneios de 2003, 2007, 2011, 2015 e 2019.

Trajetória que começou cedo

Dados que impressionam e em nada surpreendem, afinal, deixou Alagoas aos 14 anos para jogar profissionalmente no Vasco da Gama. Atuou ainda jovem por duas temporadas no Santa Cruzde Belo Horizonte, antes de ganhar o mundo quando negociada com o Umeå, da Suécia.

O clube escandinavo deu a ela projeção internacional e foi enquanto nele jogava que recebeu os seus quatro primeiros prêmios de melhor atleta do mundo da Federação Internacional de Futebol (FIFA), em 2006, 2007, 2008 e 2009. Os outros dois foram em 2010 e 2018.

Da Suécia, partiu para os Estados Unidos, onde passou uma temporada no Los Angeles Sol. Voltou ao Brasil, por pouco tempo esteve no Santos, mas em que venceu a Libertadores Feminina e a Copa do Brasil. Escolhida para ser parte do elenco do Gold Pride, retornou para a Califórnia onde foi novamente artilheira da liga norte-americana, mas desta vez protagonista na conquista do título nacional.

Teve uma segunda breve passagem pelo Santos e voltou para o futebol estadunidense em 2011, mas em Nova York. Um ano mais tarde, voltou para a Suécia e acumulou taças pelo Tyresö e o Rosengård. Nos três clubes suecos em que atuou, Marta tem sete conquistas da liga nacional.

Em 2017 cruzou novamente o Atlântico ao ser contratada pelo Orlando Pride, da Flórida (Estados Unidos), onde permanece até hoje. Tem o maior número de gols (27) e de jogos (84) pela franquia. Em dezembro de 2022 renovou contrato com o time por mais dois anos.

“O clube e a comunidade se tornaram minha família aqui nos Estados Unidos, então fico feliz em saber que continuarei fazendo parte disso. Estou muito animada com o futuro que estamos construindo para o Pride e mal posso esperar para voltar a campo e jogar ao lado das minhas colegas”, disse Marta para o site do Orlando Pride. (Fonte: olympics)