O tenista Novak Djokovic questionou a transparência do sistema antidoping do tênis após a suspensão de três meses imposta a Jannik Sinner, atual número 1 do mundo. Segundo Djokovic, o processo foi conduzido de maneira injusta e favoreceu o italiano, permitindo que ele continue competindo em torneios importantes.

Suspensão de Sinner levanta polêmicas

A Agência Mundial Antidoping (WADA) anunciou que Sinner ficará suspenso entre 9 de fevereiro e 4 de maio devido a um teste positivo para Clostebol, substância proibida. O caso vinha se arrastando desde março do ano passado, quando a Agência Internacional de Integridade do Tênis (ITIA) inicialmente isentou Sinner de culpa. No entanto, a WADA recorreu ao Tribunal Arbitral do Esporte (CAS), resultando na punição do atleta.

A decisão, no entanto, foi estruturada de forma que Sinner não perca pontos no ranking e possa retornar a tempo de disputar o Masters de Roma e o Aberto da França. O tenista britânico Liam Broady comparou a punição a um jogador de futebol sendo suspenso durante as férias, minimizando o impacto em sua carreira.

Djokovic e outros jogadores criticam o sistema

Em entrevista coletiva antes de sua estreia no Qatar Open, Djokovic criticou o que chamou de “favoritismo” no sistema antidoping.

“A maioria dos jogadores sente que há tratamento diferenciado. Parece que, se você for um atleta de alto nível e tiver acesso aos melhores advogados, pode influenciar o resultado”, afirmou o sérvio.

O ex-tenista Nick Kyrgios também se manifestou no X (antigo Twitter), dizendo ter recebido mensagens de outros jogadores revoltados com a decisão.

Além do caso de Sinner, Djokovic mencionou a punição mais branda aplicada à tenista Iga Świątek, que recebeu apenas um mês de suspensão após testar positivo para trimetazidina, enquanto a romena Simona Halep foi suspensa por quatro anos. Halep, que teve sua pena reduzida para nove meses pelo CAS, acusou o sistema de padrões duplos.

WADA e ITIA defendem decisão

A WADA afirmou que não houve intenção de doping por parte de Sinner e que a substância não proporcionou vantagem esportiva. Em comunicado, a entidade declarou estar “satisfeita que a justiça foi feita” e que o sistema antidoping funciona bem.

Já a ITIA reiterou que trata todos os casos de maneira imparcial, sem considerar ranking ou status do jogador.

Apesar das justificativas, a insatisfação entre os jogadores e a desconfiança no sistema antidoping seguem crescendo. Djokovic reforçou a necessidade de uma revisão das regras para garantir transparência e igualdade no esporte.