Jussara, GO, conquista status para exportar cucurbitáceas livres de mosca-das-frutas

A partir de agora, os produtores de Jussara, localizado na Região Noroeste do estado de Goiás, estão autorizados a exportar frutos frescos de cucurbitáceas, como melancia, melão e abóbora, para países que possuem restrições quarentenárias com relação à praga.

Essa conquista foi possível por meio do trabalho realizado pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), órgão do Governo de Goiás, que incluiu o município no Sistema de Mitigação de Risco (SMR) para a praga Anastrepha grandis, uma mosca-das-frutas que afeta cultivos de cucurbitáceas.

JUSSARA

Jussara torna-se o 17º município goiano a receber esse status que permite a exportação desses frutos. Essa inclusão foi reconhecida pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (SDA/Mapa), conforme a Portaria nº 1.002/2024 publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 1º de fevereiro de 2024.

José Ricardo Caixeta Ramos, presidente da Agrodefesa, destaca a importância do órgão na assistência aos fruticultores, fornecendo orientação sobre legislação e normas técnicas para viabilizar questões como essa das exigências para exportação de cucurbitáceas, que são de grande relevância econômica para o estado.

Ele também reconhece o papel dos servidores da Agrodefesa e dos engenheiros agrônomos responsáveis técnicos, que desempenham um papel fundamental na obtenção de resultados importantes como esse para o estado.

MEDICAMENTOS

Desde 2006, municípios goianos têm obtido esse status, sendo os primeiros: Uruana, Carmo do Rio Verde, Itapuranga e Jaraguá – importantes produtores de frutas no estado. Além desses, outros municípios também foram reconhecidos, incluindo Rio Verde, Santa Helena, Maurilândia, Cristalina, Ipameri, Goianésia, São Miguel do Araguaia, Edealina, Luziânia, Nova Crixás, Rubiataba e Porangatu.

A gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio, explica que a agência orienta os produtores desde os procedimentos iniciais até os trâmites com o Ministério para o reconhecimento do SMR para a praga, garantindo assim a conformidade com os requisitos exigidos.

PROCEDIMENTO TÉCNICO

Para que um novo município seja reconhecido, o produtor interessado deve realizar levantamentos fitossanitários em cultivos de cucurbitáceas por um período mínimo e ininterrupto de seis meses, acompanhado por um Responsável Técnico (RT) habilitado pela Agrodefesa.

Após esse período, a agência elabora um projeto com os dados do levantamento e encaminha ao Ministério da Agricultura solicitando o reconhecimento oficial do novo município no SMR.

Mário Sérgio de Oliveira, coordenador do Programa de Sistema de Mitigação de Risco para Cucurbitáceas da Agrodefesa, destaca o processo realizado em Jussara, onde o produtor interessado aderiu ao SMR como opção de manejo da praga para a produção de cucurbitáceas. O levantamento foi iniciado em dezembro de 2022 e, após seis meses, o projeto foi encaminhado ao Ministério da Agricultura para reconhecimento oficial.

Além de apoiar diretamente os produtores, a Agrodefesa e o Mapa também promovem cursos de capacitação para engenheiros agrônomos, visando à habilitação para a Certificação Fitossanitária de Origem (CFO) e Certificação Fitossanitária de Origem Consolidada (CFOC) para a praga Anastrepha grandis em cucurbitáceas.