A atividade econômica brasileira registrou uma leve recuperação em novembro de 2023, apresentando uma alta de 0,01%, segundo dados divulgados pelo Banco Central. Após três meses de retração, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) atingiu 146,24 pontos na série dessazonalizada.

O destaque desse crescimento foi o setor agropecuário, que apresentou um avanço de 1,2% no mês. Essa performance foi impulsionada pela colheita de importantes commodities, como soja, milho e algodão. A colheita desses produtos registrou crescimentos significativos, com 2,9%, 2,6% e 2,1%, respectivamente.

O setor industrial também contribuiu para a recuperação, apresentando um crescimento de 0,2% em novembro. Dentro desse setor, a construção civil foi um dos destaques, com um avanço de 0,9%, seguido pela indústria de transformação, que cresceu 0,1%. Por outro lado, o setor de serviços teve um desempenho menos positivo, registrando uma queda de 0,1%, influenciada especialmente pela retração do comércio varejista, que recuou 0,4%.

Apesar do crescimento observado em novembro, a atividade econômica brasileira ainda se encontra abaixo dos níveis pré-pandemia. No acumulado de 12 meses, o IBC-Br apresenta uma alta de 2,40%, indicando uma trajetória de recuperação, porém, moderada.

O resultado do IBC-Br reforça as expectativas de um crescimento em torno de 3% para a economia brasileira em 2023. Contudo, esse avanço deve ser acompanhado de perto, considerando os desafios persistentes, como a inflação em alta, a taxa de juros elevada e a incerteza política.

Impacto do IBC-Br na Taxa de Juros (Selic) e Perspectivas Futuras

O resultado positivo do IBC-Br em novembro é um indicativo da recuperação da atividade econômica, mas ainda não é suficiente para influenciar uma redução na taxa básica de juros, a Selic. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve manter a Selic em 11,75% ao ano na próxima reunião, marcada para fevereiro, com o objetivo de controlar a inflação que persiste em alta no Brasil.

As perspectivas para a economia brasileira em 2024 indicam continuidade no crescimento, embora de forma mais moderada em comparação com 2023. O principal desafio a ser enfrentado é o controle da inflação, sendo um elemento-chave para as decisões de política monetária e para sustentar a recuperação econômica do país.