O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta sexta-feira (23) que o governo decidiu rever a medida que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para investimentos de fundos nacionais no exterior. Segundo ele, o recuo visa evitar especulações e interpretações equivocadas de que a Fazenda pretendia desestimular investimentos fora do país.

“Entendemos que, pelas informações recebidas, valia a pena fazer uma revisão desse item para evitar especulações sobre objetivos que não são próprios da Fazenda nem do governo, como inibir investimentos no exterior. Não tinha nada a ver com isso”, afirmou Haddad em entrevista em São Paulo.

O ministro destacou que o impacto da mudança é considerado baixo no contexto geral das medidas fiscais anunciadas na quinta-feira (22). “Estamos falando de menos de R$ 2 bilhões, dentro de um pacote de R$ 54 bilhões”, reforçou.

O decreto corrigindo o aumento do IOF foi publicado na manhã desta quinta-feira, em edição extraordinária do Diário Oficial da União, após uma madrugada de trabalho da equipe da Fazenda e da Casa Civil.

Haddad explicou que a revisão foi uma resposta rápida aos alertas de agentes do mercado financeiro, que, após o anúncio das medidas, manifestaram preocupação com possíveis impactos na atratividade dos fundos brasileiros no exterior.

“Não temos problema em corrigir rota, desde que o rumo traçado pelo governo seja mantido, que é reforçar o arcabouço fiscal e cumprir as metas para a saúde financeira do Brasil”, disse. Ele garantiu que o governo segue aberto ao diálogo com o setor produtivo e financeiro.