Carlos Ghosn, uma vez conhecido como o “Assassino dos Custos”, ganhou fama por ressuscitar empresas automotivas falidas. No entanto, em 2018, sua história tomou um rumo dramático quando foi preso em Tóquio.

No ano seguinte, Ghosn ganhou um novo apelido: “Artista da Fuga”, após ser contrabandeado para fora do Japão em uma caixa de equipamento de música por um veterano das forças especiais. Essa ousada fuga se mostrou surpreendentemente bem-sucedida, mas teve um custo para seus supostos cúmplices, que ficaram para trás nas mãos da justiça.

Apesar das realizações notáveis de Ghosn no mundo dos negócios, seu legado parecia estar sendo definido por essa fuga arriscada. O documentário “Wanted: The Escape of Carlos Ghosn”, que será lançado em 25 de agosto no Apple TV+, explora esse aspecto marcante da história. Sean McLain, co-autor do livro “Boundless”, que inspirou o documentário, comentou: “A maioria das pessoas pode esquecer suas habilidades de negócios e lembrar principalmente de como ele escapou do Japão clandestinamente.”

Antes de sua prisão, Ghosn havia alcançado sucesso notável ao revitalizar a Renault e a Nissan, ganhando respeito e status de herói no Japão. Ele era tão admirado que chegou a ser mencionado como um dos homens com quem as mulheres japonesas desejariam ter filhos. Sua imagem transformou-se, passando de óculos nerd a ternos elegantes e cortes de cabelo sofisticados.

No entanto, o declínio de sua reputação foi repentino. Depois de receber um corte substancial em seu salário, Ghosn enfrentou acusações de irregularidades financeiras. As alegações eram sérias, alegando que ele desviou milhões de dólares da Nissan. Essas alegações arriscaram não apenas seu legado, mas também seu papel como um dos executivos automotivos mais proeminentes da época.

Ghosn alegou que estava sendo alvo de um complô da Nissan, mas as autoridades japonesas o prenderam em 2018 quando ele tentava entrar no país. Sua prisão deu início a uma saga legal complexa, durante a qual ele pagou milhões em fiança e enfrentou condições rigorosas, como não poder se comunicar com sua esposa e ser monitorado constantemente.

Nesse contexto, Mike Taylor, um ex-Boina Verde e técnico de futebol americano, entrou em cena para ajudar Ghosn a escapar. Taylor elaborou um plano meticuloso, envolvendo uma fuga em uma caixa de equipamento musical, enquanto Ghosn contornava as medidas de segurança de sua casa vigiada para fazer a fuga parecer menos suspeita.

A operação foi um sucesso surpreendente, resultando na chegada segura de Ghosn ao Líbano, onde sua popularidade superou a do Japão. A reviravolta foi notável, já que o Líbano não tinha política de extradição. No entanto, logo a notícia de sua presença no Líbano se espalhou, e Ghosn fez questão de afirmar que sua fuga não era uma tentativa de escapar da justiça, mas sim da injustiça que alegava ter enfrentado no Japão.

Embora Ghosn tenha permanecido no Líbano, os cúmplices envolvidos na fuga, os Taylors, enfrentaram a extradição para o Japão e receberam sentenças de prisão. Mike e Peter Taylor, pai e filho, demonstraram lealdade a Ghosn, apesar das duras condições em que se encontravam na prisão japonesa.

O documentário “Wanted: The Escape of Carlos Ghosn” mergulha na complexidade desse caso intrigante e nas motivações por trás da fuga arriscada. Revela as perspectivas de todos os envolvidos e explora as implicações de longo prazo dessa história extraordinária, que continua a provocar discussões e debates sobre ética, justiça e lealdade. (Com Informações Ny Post)