A Masturbação como Estratégia Evolutiva para a Reprodução e Saúde dos Primatas

De acordo com um novo estudo britânico, agredir o macaco provavelmente contribuiu para a evolução do macaco.

Os autores do estudo afirmam que a masturbação desempenhou um papel importante na evolução, proporcionando uma série de benefícios que ajudaram todos os primatas, incluindo os humanos, a sobreviver e prosperar.

Em um comunicado, os autores do estudo afirmaram: “A masturbação é comum em todo o reino animal, mas é especialmente prevalente entre os primatas, incluindo os humanos”. Eles também acrescentaram: “Provavelmente estava presente no ancestral comum de todos os macacos e símios”.

No entanto, essa prática nunca recebeu muita atenção acadêmica, pois era considerada patológica ou um subproduto da excitação sexual, e os estudos eram muito fragmentados para entender como ela evoluiu.

Uma nova pesquisa publicada na Proceedings of the Royal Society B busca preencher essa lacuna de conhecimento e descobriu que a masturbação, particularmente entre primatas machos, pode ajudar a garantir o sucesso dos esforços reprodutivos.

Segundo os autores, a masturbação (sem ejaculação) pode aumentar a excitação antes do sexo, sendo uma tática útil para machos de baixo escalão que têm maior probabilidade de serem interrompidos durante a cópula, ajudando-os a ejacular mais rapidamente.

Além disso, a ejaculação regular permite que os machos liberem sêmen inferior, deixando esperma fresco e de alta qualidade disponível para o acasalamento, com maior probabilidade de superar o de outros machos.

Os pesquisadores acreditam que a masturbação masculina evoluiu como uma estratégia em situações em que os machos enfrentam intensa competição de acasalamento. Além disso, a masturbação também pode ajudar a prevenir a propagação de infecções sexualmente transmissíveis, limpando a uretra, que é um local primário de infecção para muitas DSTs.

Quanto às mulheres, os benefícios evolutivos da masturbação, se existirem, são menos claros, e mais dados sobre o comportamento sexual feminino são necessários para compreender melhor o papel evolutivo da masturbação feminina, de acordo com os autores do estudo.

Os especialistas médicos descobriram uma série de benefícios da masturbação, incluindo alívio do estresse, aumento da autoestima e maior satisfação nos relacionamentos. Um estudo de 2016 publicado na European Urology também descobriu que a ejaculação, incluindo a masturbação até o clímax, estava associada a um menor risco de câncer de próstata.

A Dra. Matilda Brindle, principal autora do estudo e pesquisadora da University College London, afirmou que as descobertas ajudam a esclarecer um comportamento sexual muito comum, mas pouco compreendido. Ela acrescentou que o fato de o comportamento autossexual ser adaptativo, ser observado em primatas de ambos os sexos, tanto em cativeiro quanto na natureza, demonstra que a masturbação faz parte de um repertório de comportamentos sexuais saudáveis.