Salvador: escola de capoeira de Mestre Curió tem busto em homenagem a Mestre Pastinha
Obra de arte celebra 134 anos do nascimento de Mestre Pastinha
Contribuindo para a preservação da cultura e da memória da capoeira, Salvador ganhará um busto do saudoso Mestre Pastinha. A obra de arte foi feita pela capoeirista e artista plástica, Cristina Maria Fazzito (Gandaia). O evento de inauguração será nesta quarta-feira (19), às 18h30, na sede da Escola Capoeira Angola Irmãos Gêmeos de Mestre Curió (ECAIG) – onde a obra ficará como acervo permanente.
A ECAIG fica na rua Gregório de Matos, nº 9, 2º andar, Pelourinho, em Salvador. O lançamento é uma realização do coletivo Capoeira em Movimento Bahia (CMB) e ECAIG e conta com apoio do grupo Capoeira Oriaxé. O evento promete reunir mestres e mestras griôs, capoeiristas e representantes de diversos grupos da sociedade organizada.
A artista plástica é capoeirista no grupo Oriaxé. Argentina, Cristina mora em Salvador desde 2014 e além de trabalhar com esculturas, também é educadora. Para esta obra, ela utilizou como matéria-prima o cimento cinza. A capoeirista é aluna dos mestres Gytaúna e Mago e revelou que o feito é um presente de aniversário para Mestre Curió.
Memória e legado
Vicente Ferreira Pastinha, o Mestre Pastinha, nasceu em 5 de abril de 1889 e deixou como legado a difusão da Capoeira Angola. Sua história de vida e os ensinamentos motivaram outras pessoas a praticar a capoeira, que se difundiu Brasil e mundo afora se transformando em um dos maiores símbolos da cultura brasileira.
Mestre Pastinha pregava a tradição, o jogo matreiro, de malícia, estilo que passou a ser conhecido como Angola. Pastinha é conhecido como o Mestre da Cultura Africana.
Discípulo de Mestre Pastinha, Jaime Martins dos Santos (Mestre Curió) nasceu em Patos Pinhares (PB) e é filho de capoeiristas. Um dos baluartes da Capoeira Angola no mundo, desde a infância, ainda aos seis anos, Mestre Curió se aproximou da capoeira. Sua família representa uma tradicional elite da Capoeira Angola. São eles: o avô Pedro Virício (Curió grande), o pai José Martins dos Santos (Malvadeza) e a mãe Maria Bispo. Os conhecimentos adquiridos com a capoeira ao longo da sua vida já são difundidos em países como México, Suíça, Argentina, Iraque, Alemanha, Bélgica, Equador, Japão e Estados Unidos.
A roda de capoeira e o ofício dos mestres de capoeira foram registrados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como patrimônios culturais imateriais do Brasil, em 2008. Em 2014, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) conferiu à Roda de Capoeira o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.