Polícia brasileira realiza mais batidas como parte da investigação de 8 de janeiro
(Reuters) – A Polícia Federal do Brasil disse nesta terça-feira que está realizando novas batidas como parte de uma investigação sobre os distúrbios de 8 de janeiro em Brasília, nos quais apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram prédios do governo.
Eles cumpriam 16 mandados de prisão preventiva e 22 de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal em sete estados e no Distrito Federal, onde fica Brasília, informou um comunicado.
“As investigações continuam para que a lei seja cumprida integralmente”, escreveu o ministro da Justiça, Flavio Dino, no Twitter, após o anúncio da Polícia Federal. “Esta é a única maneira de garantirmos a paz e a democracia.”
As buscas representam a décima fase de uma operação iniciada em meados de janeiro para identificar as pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram as rebeliões, na qual uma multidão que protestava contra a vitória eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva invadiu e saqueou o Congresso, o palácio presidencial e o Supremo Tribunal.
A polícia não divulgou os nomes dos alvos das operações, mas disse que eles estão sendo investigados por crimes de “abolição violenta do estado de direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação, destruição e deterioração de bens especialmente protegidos”.
Na semana passada, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, ordenou que Bolsonaro testemunhasse perante a Polícia Federal sobre seu papel nos distúrbios, concordando com um pedido apresentado pelo principal promotor público do país, que disse que o depoimento de Bolsonaro era um passo “indispensável” para esclarecer o que aconteceu.
Bolsonaro negou qualquer responsabilidade pelos distúrbios, que relembraram a invasão do Capitólio dos Estados Unidos em 2021 por partidários do ex-presidente Donald Trump. Ele argumentou que estava fora do país em exílio autoimposto na Flórida, para onde voou dois dias antes de seu mandato terminar sem admitir a derrota.