
FDA investiga camarões importados do Walmart por suspeita de contaminação radioativa
A Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) abriu uma investigação sobre camarões congelados da marca Great Value, vendidos exclusivamente nas lojas Walmart, após a detecção de césio-137, um isótopo radioativo, em remessas vindas da Indonésia.
O alerta foi emitido depois que fiscais identificaram a presença do material em cargas inspecionadas em portos norte-americanos como Los Angeles, Houston, Savannah e Miami. Embora o lote contaminado não tenha chegado às prateleiras, a FDA emitiu uma medida preventiva abrangendo todo o estoque de camarões fornecido pelo mesmo exportador.
Recolhimento imediato nas lojas Walmart
O Walmart confirmou que iniciou o recolhimento dos produtos e orientou os consumidores que compraram recentemente os pacotes de 907 gramas de camarão-branco vannamei congelado, com validade até 15 de março de 2027, a devolverem os itens ou descartá-los. A rede informou ainda que oferecerá reembolso integral aos clientes.
Segundo a FDA, os camarões contaminados foram distribuídos para lojas em 13 estados americanos, entre eles Alabama, Arkansas, Flórida, Geórgia, Kentucky, Louisiana, Missouri, Mississippi, Ohio, Oklahoma, Pensilvânia, Texas e Virgínia Ocidental.
O que é o césio-137?
O césio-137 é um subproduto da fissão nuclear e está associado a riscos graves para a saúde em casos de exposição prolongada, como aumento da probabilidade de câncer. Nos camarões, a concentração detectada foi de 68 becquerels por quilograma (Bq/kg), muito abaixo do limite de intervenção da FDA, que é de 1.200 Bq/kg. Apesar disso, a agência optou por alertar o público e reforçar medidas de precaução.
Especialistas apontam que a contaminação pode ter ocorrido devido a falhas logísticas, como contêineres mal higienizados ou condições inadequadas de transporte e armazenamento. Para o físico Phil Broughton, da Universidade da Califórnia, o incidente evidencia possíveis negligências no processo de importação e manuseio.
Prevenção e investigação
A FDA destacou que os níveis detectados não representam risco imediato, mas reforçou que a exposição contínua poderia causar danos à saúde. Já o Walmart declarou que a prioridade é proteger os consumidores e que trabalha em conjunto com autoridades americanas e reguladores da Indonésia para esclarecer a origem do problema.
O caso reacende preocupações sobre a segurança alimentar e a necessidade de fiscalização rigorosa das cadeias de importação, especialmente em relação a produtos perecíveis de larga escala.