Padre César morre aos 71 anos em Goiânia; religioso marcou gerações com fé e acolhimento

Faleceu na noite desta sexta-feira (11/7), em Goiânia, o padre César Luis Garcia, aos 71 anos. Ele lutava contra um câncer e era uma das figuras mais queridas e respeitadas da Igreja Católica na capital goiana. Conhecido pelo estilo afetuoso, pelo amor aos animais e pela defesa da inclusão, padre César deixa um legado de espiritualidade e humanidade.

O velório está sendo realizado neste sábado (12) na Paróquia Mãe de Misericórdia, no Setor Sul. O sepultamento está marcado para as 17h, no Cemitério Jardim das Palmeiras, também em Goiânia.

Sacerdote das causas humanas

Durante anos, padre César esteve à frente da Reitoria Nossa Senhora de Fátima, no Setor Oeste. Lá, celebrou milhares de missas, batizados e casamentos — sempre com sua tradicional boina, violão e um sorriso acolhedor. Era chamado por muitos de “padre das estrelas” ou “padre dos gatos”, pelas paixões que não escondia: os animais, a arte e as pessoas.

Em 2014, ele abençoou a união de um casal homoafetivo em uma cerimônia íntima — fora da igreja, mas com todo o afeto de um verdadeiro pastor. Foi afastado temporariamente, mas voltou, como sempre voltava: com fé, humor e coragem.

Figura marcante na capital

Padre César se destacou por promover um catolicismo moderno, baseado no amor ao próximo e no respeito às diferenças. Ele foi retratado no documentário “Moacir – Arte Bruta”, de Walter Carvalho, e citado em estudos sobre religião e inclusão.

Sua atuação pastoral inspirou não apenas católicos, mas também quem via nele um exemplo de empatia e humanidade. Entre amigos, fiéis e colegas de sacerdócio, era visto como alguém que pregava mais com atitudes do que com palavras.

Legado de amor e fé

O falecimento de padre César deixa uma lacuna na vida religiosa e cultural de Goiânia. Centenas de pessoas prestam homenagens nas redes sociais, relembrando sua simplicidade, seu acolhimento e sua coragem de romper barreiras para estar ao lado dos que mais precisavam.

A morte do padre César é sentida não apenas pela Igreja, mas por todos que acreditam em uma espiritualidade viva, livre e comprometida com a justiça e o amor.