
Primeiras imagens do Observatório Vera C. Rubin revelam milhões de galáxias e asteroides nunca vistos
Telescópio chileno inaugura nova era da astronomia e deve mapear até 20 bilhões de galáxias na próxima década
O universo acaba de ser revelado em detalhes jamais vistos. As primeiras imagens do Observatório Vera C. Rubin, localizado no topo do Cerro Pachón, na Cordilheira dos Andes chilena, mostram uma impressionante prévia da capacidade de um dos projetos mais ambiciosos da astronomia moderna.
Durante cerca de 10 horas de observação de teste, o telescópio Simonyi, com espelho de 8,4 metros (27,5 pés), capturou mais de 1.100 imagens que revelam aproximadamente 10 milhões de galáxias, além de 2.104 asteroides desconhecidos, sete deles classificados como “próximos à Terra”. Nenhum, segundo os cientistas, oferece risco ao planeta.
As imagens divulgadas incluem nebulosas como Trífida e Lagoa — nuvens cósmicas de poeira e gás a milhares de anos-luz da Terra — e o aglomerado de Virgem, um dos maiores agrupamentos de galáxias do universo próximo.
Uma “máquina de descoberta” no coração dos Andes
Com investimento de US$ 810 milhões e quase duas décadas de construção, o Observatório Rubin é fruto de uma parceria entre a Fundação Nacional de Ciências dos EUA (NSF) e o Departamento de Energia dos EUA (DOE). Seu objetivo principal é criar um filme de ultra-alta definição do céu noturno, o chamado Legacy Survey of Space and Time (LSST), que será produzido ao longo de 10 anos.
A expectativa é que o observatório detecte milhões de objetos variáveis — como supernovas, asteroides, cometas e colisões cósmicas — todas as noites. “Ele capturará mais informações sobre o nosso universo do que todos os telescópios ópticos da história juntos”, disse Brian Stone, da NSF.
Além de explorar a estrutura do cosmos, os dados gerados pelo Rubin ajudarão outros telescópios a direcionarem seu foco para alvos específicos, agindo como uma plataforma de descoberta astronômica.
Vera Rubin e a matéria escura
O observatório leva o nome de Vera C. Rubin, astrônoma pioneira que comprovou evidências da existência da matéria escura, a substância invisível e misteriosa que compõe grande parte do universo, mas que não emite luz ou energia.
Sua contribuição mudou para sempre o entendimento da física e da cosmologia, e seu legado agora inspira uma nova geração de descobertas espaciais.
Com informações New York Post
Autoridades e cientistas participam de uma conferência simultânea com os Estados Unidos, após a revelação das primeiras imagens do espaço profundo capturadas pelo Observatório Vera Rubin, no Chile, em Santiago, em 23 de junho de 2025. AFP via Getty Images
Outra imagem capturada mostrou um grande aglomerado de galáxias chamado aglomerado de Virgem, representando apenas uma fração dos 20 bilhões de galáxias que o observatório deverá capturar nos próximos 10 anos. AP
O observatório Vera C. Rubin, de aproximadamente US$ 810 milhões, levou quase duas décadas para ser concluído. RubinObs/NOIRLab/SLAC/NSF/DOE/AURA/T. Matsopoulos